O “desempenho” dela nessa primeira aparição não a favoreceu. Essa imagem acima é dessa “coletiva”. Exaltada, disse que amava o povo do Peru, e que se tivesse que ir para a prisão, que fosse. Acrescentou também que o MRTA não era um grupo terrorista. As imagens não paravam de passar na TV peruana.
Ela foi julgada duas vezes. Na primeira, os membros do júri usavam capuzes para não serem identificados pelos guerrilheiros. A americana foi condenada à prisão perpétua. No segundo julgamento, teve a pena reduzida para 20 anos. Desde 2010 ela cumpre em liberdade. Mora em Miraflores, bairro de classe média de Lima. Não pode andar muito na rua porque os vizinhos gostam de hostilizá-la.
O que ela fez para ser execrada pela elite peruana e para ser condenada a 15 anos de xadrez e mais alguns em aberto? Ela foi para o congresso peruano com uma carteira de jornalista e levou uma planta do prédio. Estava acompanhada de uma falsa fotógrafa, que, na verdade, era a mulher do segundo cara da hierarquia do MRTA. A polícia encontrou armas, uniformes de polícia e uma maquete do congresso no apartamento dela.
No último dia 2 de março o NY Times publicou uma longa reportagem sobre a Lori Berenson. A Jennifer Egan assinou a matéria, e é uma das melhores coisas que li na imprensa nos últimos tempos. A página é aberta, e está aqui.
PS: Hoje foi anunciado que a Jennifer Egan ganhou o National Book Award. Legal, A Visit From the Goon Squad é um ótimo romance. Merece.
Esse é um pequeno especial sobre a Lori Berenson da TV Peruana. O nome do programa já é sugestivo: Enemigos Públicos.